"Tudo começou pelo olhar. Foi nos meus olhos que o amor começou...Eu só tinha aquilo que meus olhos ofereciam: uma imagem. Imagens são criaturas de luz. Foi isto que meus olhos viram, foi isto que amei..." [Rubem Alves]

sábado, 22 de dezembro de 2007

O autor vira personagem...

Pessoa comprometida com seu trabalho, de aparência atraente...ele tem personalidade, é simpático e tem um olhar que faz parte dele, só dele...olhar sério...misterioso...afetuoso...as vezes distânte...um sorriso de menino...encantador!

Quando fala, todos prestam atenção, sabe articular... alguns momentos é homem feito...em outros um menino...lindo.

Trabalha muito durante o dia, tem postura, convicção, acredita no que faz...provavelmente ele vai longe na sua vida profissional...

Na sua vida pessoal é sonhador, daqueles que buscam algo sempre...tem muitos amigos que gostam realmente dele...ele transmite essa vontade da gente querer estar sempre perto dele, só podia ter tantos amigos assim...é casado e feliz no casamento...

Gosta de músicas, adora ir ao cinema, em shows, mas o seu talento nato é escrever...vem da alma...seus textos são sinceros, autênticos, tem personalidade de alguém que ama o que faz..tem beleza...nasceu para trazer brilho para as pessoas...em cada palavra...em cada crônica...em cada história...sabe o que quer!

..Mas, nem tudo é tão perfeito assim...ele esbarrou com outro alguém que mudou a direção de algumas coisas...alguém que ele não conhece apenas vê no dia-a-dia...mas algo acontece durante o dia...o desejo no olhar e de olhar...ele passa e é visto...ele volta e a vê...alguém que como ele tem muita vida além do que faz...os dois brilham quando estão no mesmo ambiente...apesar de nunca se falarem...eles tem interesses parecidos e acabam falando a mesma linguagem...a do silêncio, que fala mais que mil palavras juntas...se sentem atraídos pela admiração...pelo olhar (ele olha pra ela...ela de costas sente e sabe que ele olha)...pela sensualidade...pelo desejo...pela vontade...pelo desconhecido...pela distância e por estarem perto demais de seus sentidos...um provoca no outro a satisfação e o bem estar...e acabam se tornando personagens de uma história que eles mesmos criaram...
Ficção? Drama? Paixão? Comédia? Menos terror, porque eles sabem respeitar o espaço do outro...

[Daria um filme está história...real ou não...faz parte do universo dos personagens de alguém que escreve... Depois desta história, que acaba não tendo um final, me lembrei do filme: "Mais estranho que a ficção". Muito bom, mistura de comédia e drama bem elaborados. Um filme para rir, chorar e pensar na vida. Os efeitos gráficos são muito bons se misturando com o filme. Vale a pena ver para conferir].

Mais estranho que a ficção

O fiscal do Imposto de Renda Harold Crick (Will Ferrell, da refilmagem de A Feiticeira) é um sujeito extremamente metódico, sistemático e solitário. Por outro lado, a escritora inglesa Key Eiffell (Emma Thompson, ótima como sempre) está sofrendo com um terrível bloqueio criativo que impede já há vários anos seu reencontro com o sucesso literário. Ambos vão se encontrar numa situação, no mínimo, inusitada. E pronto. Melhor não saber mais nada para curtir as surpresas do filme.

A partir deste encontro inusitado e inesperado, Mais Estranho que a Ficção se utiliza de fantasias, simbolismos e parábolas para compor o patético retrato do homem comum, pressionado por limites que muitas vezes só existem dentro de sua própria inércia em viver a vida plenamente. Ou seja, os fatores que cotidianamente nos oprimem e nos limitam são realmente tão fortes assim a ponto de arruinar nossos sonhos? Ou tudo não estaria dentro da nossa própria cabeça? São várias as leituras que o filme proporciona. Além disso, também diverte, explorando com bom humor situações que se equilibram na fina linha que divide o trágico e o cômico. Quando o personagem diz não saber se sua vida é uma tragédia ou uma comédia, certamente ele também está se referindo ao próprio filme.
Junte-se a tudo isso a sóbria e criativa direção do alemão Marc Forster (o mesmo do excelente Em Busca da Terra do Nunca) e temos, logo de cara, em janeiro, um forte candidato a figurar entre os melhores filmes de 2007. Celso Sabadin

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