"Tudo começou pelo olhar. Foi nos meus olhos que o amor começou...Eu só tinha aquilo que meus olhos ofereciam: uma imagem. Imagens são criaturas de luz. Foi isto que meus olhos viram, foi isto que amei..." [Rubem Alves]

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Clima de interior

A brisa acariciava o rosto dela, com um olhar leve e tranquilo, olhava aquela luz de sol alaranjado de final de tarde, lá na varanda que se encontrava...ao redor, a natureza se encarregava de ilustrar a paisagem para ela.

Um cachoro, pequenino, preto, passava na frente dela, com um andar rápido e curtinho...logo acima, um pouco mais adiante, cabos de fios de alta tensão, serviam de apoio para os passarinhos que ali estavam, um a um sobre os fios, formando assim notas musicais de uma partitura... de pano de fundo desta partitura, uma represa que se movia bem rápido para a direita, dando a impressão de tocar aquela partitura de pássaros...

Mais adiante ainda, nas sombras gigantes das árvores, estavam várias vaquinhas caminhando pelo pasto, algumas sendo abraçadas por aquelas sombras, outras refesteladas ao sol alaranjado...

E a brisa continuava sobre ela...a brisa...que trazia um leve sorriso em seus lábios...estava em paz com a vida...as lembraças vinham em sua mente...lembranças que ampliava o sorriso...e com o olhar mais distânte, pensava em alguém...tudo isso ao som dos pássaros e da modinha de viola de Almir Sater...e o sorriso se alargava ainda mais...

Rastro Da Lua Cheia
Renato Teixeira e Almir Sater
No quintal lá de casa
Passava um pequeno rio
Que descia lá da serra
Ligeiro escorregadio
A agua era cristalina
Que dava pra ver o chão
Ia cortando a floresta
Na direção do sertão
Lembrança ainda me resta
Guardada no coração...

E tudo era azul celeste
Brasileiro cor de anil
Nem bem começava o ano
Já era final de Abril
O vento pastoreando
Aquelas nuvens no céu...
Fazia o mundo girar
Veloz como um carrossel
E levantava a poeira
E me arrancava o chapéu

Ah o tempo faz, tempo desfaz
E vai além sempre...

A vida vem lá de longe
É como se fosse um rio
Pra rio pequeno canoa
Pros grandes rios navios
E bem lá no fim de tudo
Começo de outro lugar
Será como Deus quiser
Como o destino mandar
No rastro da lua cheia
Se chega em qualquer lugar!

2 comentários:

Anônimo disse...

E vidão heim!
Feliz 2008, continue escrevendo, você nos inspira.
bjs,
Fê.

Cmoon... disse...

Nanda, blz...Obrigada!
Feliz Ano Novo para todos.
bjs.
*-*