"Tudo começou pelo olhar. Foi nos meus olhos que o amor começou...Eu só tinha aquilo que meus olhos ofereciam: uma imagem. Imagens são criaturas de luz. Foi isto que meus olhos viram, foi isto que amei..." [Rubem Alves]

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Fama póstuma


"Simplicidade é ausência de artifícios, extravagâncias e excessos de ordem material, social ou psicológica; é viver do que há na sua essência".


Vincent Willem van Gogh (Zundert, 30 de Março de 1853Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890) foi um pintor holandês, considerado o maior de todos os tempos desde Rembrandt, apesar de durante a sua vida ter sido marginalizado pela sociedade.

Sua vida foi marcada por malogros. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época. Foi incapaz de constituir família, incapaz de custear a sua própria subsistência e até mesmo incapaz de manter contactos sociais. Em seguida, sucumbiu a uma doença mental.

A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição de 71 das suas obras em Paris, a 17 de Março de 1901. Somente após a sua morte lhe tributaram reconhecimento. Com o conceito do gênio, o público, cujos valores durante toda a sua existência o haviam desprezado, encontrou apreço a ele e à obra.

A influência de Van Gogh no expressionismo, fauvismo e abstraccionismo foi notória e pode ser reconhecida em variadas frentes da arte do século XX. Van Gogh foi mesmo pioneiro na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas.

O Museu van Gogh em Amesterdã é dedicado ao seu trabalho e ao dos seus contemporâneos. (Wikipédia)

Filmes
Os filmes sobre ele são sempre os mais procurados, e há pelo menos três em VHS e DVDs, sendo o mais lembrado Sonhos, de Kurosawa, onde é vivido por Martin Scorsese, no episódio do trigal com corvos. É só um episódio, mas a tecnologia permitiu que as imagens das telas mais queridas de Van Gogh comparecessem com a força impressionante que sempre tiveram. Os outros dois filmes são Van Gogh, de Maurice Pialat, francês, e Van Gogh — Vida e obra de um gênio, norte-americano, de Robert Altman. Não são grande coisa, o primeiro pelo terrível vício francês de fazer filmes em que a emoção é descarnada pelos discursos, a secura desdramatizante, as racionalizações, o falatório, e o segundo por ser uma redução de uma minissérie realizada para a televisão holandesa. Nos filmes, o pintor é interpretado por Jacques Dutronc e Tim Roth, respectivamente.

Van Gogh, viu aquilo: a Morte na Luz, como, no filme, conta a uma freira de um manicômio, que se deslumbra com a figura da Ceifeira em meio a um campo vibrantemente amarelo de trigo. "Como pode haver Morte em plena beleza, em plena luz?".

Homem de mais sentir que falar, não consegue explicar. E o comovente é que é assim que ele morrerá: colhido pela Ceifeira, ardendo em sol e luz. Num final de uma beleza indiscutível. Na mais luminosa tragédia.


Em momento de delírio ou não, Vincent teria dito: " Meu melhor quadro é aquele que imaginei deitado na cama, através da fumaça do cachimbo e que nunca cheguei a pintar."

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