"Tudo começou pelo olhar. Foi nos meus olhos que o amor começou...Eu só tinha aquilo que meus olhos ofereciam: uma imagem. Imagens são criaturas de luz. Foi isto que meus olhos viram, foi isto que amei..." [Rubem Alves]

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Rumo as estrelas…

Fechar e abrir os olhos por várias vezes seguidas, é o que fiz durante todo o dia para aliviar o inchaço ao redor deles…
Eu comentei em um post anterior, sobre uma amiga que estava vivendo seus últimos momentos em um hospital…pois bem…ela se foi …
Partiu para recomeçar…eu acredito e só vejo sentido assim…
O que posso eu dizer sobre a partida…posso dizer alguma coisa por experiência…a partida é um início para o desprendimento…é a compreenção da individualidade…é saber respeitar o momento do outro e o nosso próprio…é procurar não esquecer…é sentir sem sofrer, pois nada melhor que o tempo…o tempo…amigo…ele nos conforta pois seguimos em frente…não tem saída…e nada pode ser modificado a não ser pelo tempo…o tempo…tempo…tempo…tempo…
Silvana, deixou marcas de sua luta pela a vida, de sua alegria e de sua tristeza…a vida lhe deu mais tempo para que isso fosse possível…e foi…
Hoje…deixo aqui o meu amor para quem sabia amar, lutar e se dar para a vida mesmo partindo para as estrelas onde vai continuar brilhando sempre…*-*


PRESENÇA
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana

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