Eu me senti tão confortada quando li este trecho no livro "Cantos do Pássaro Encantado" de Rubem Alves, ele e Albert Camus dividiram comigo a felicidade de um sentimento poético sobre um momento tão particular...
Era uma tarde quente quando Albert Camus rabiscou esta curta observação no seu caderno de notas:
"Céu de trovoada em agosto. Aragem escaldante. Nuvens negras. No entanto, do lado do nascente, uma faixa azul, delicada, transparente. Impossível fixá-la. Sua presença é uma tortura para os olhos e para a alma. Porque a beleza é insuportável. Ela desespera-nos, eternidade de um minuto que desejariamos prolongar pelo tempo a fora."
O que ele gostaria de roubar do tempo era a beleza: uma faixa azul, delicada, transparente... Gostariamos que ela fosse eterna. Mas a beleza escorrega no tempo que passa sem parar.
A beleza acontece quando a eternidade toca o tempo...
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